Parece que o Pré-sal é um bom negócio, mas fadado ao prejuízo, por paradoxal que seja!
Demorei a digerir um pensamento que parecia a Teoria da Conspiração.
Por um lado, vejo o primeiro trecho de Libra, ou Libra toda, desconfio, ser negociado às vésperas do leilão, com um único consórcio participante, que foi formado na hora, na poltrona dos participantes, onde a Petrobrás (com acento, afinal, somos brasileiros e o acento é a nossa diferença) teve que aumentar seu cacife mínimo para 40% da participação, forçando a Shell Oil holandesa a aderir com 20%, sob a pressão de atuar no segmento de varejo de combustíveis, dependente da boa vontade dos governantes, a francesa Total, no bojo de uma tentativa de aproximação comercial entre França e Brasil e duas companhias chinesas, com 10% cada uma, as inexperientes CNNC e CNOC, que vão pagar para aprender a nova tecnologia que vai ser desenvolvida (é, não temos Know How suficiente ainda para chegar tão fundo).
Por outro lado, vejo o Governo recebendo 41,65% (que precisão!) do lucro óleo, resultado do valor apurado entre os custos de perfuração e o número de barris necessários para pagá-los, dividindo-se na proporção acima a diferença apurada. Vejo que a Petrobrás, submersa em dívidas em dólares (vale US$90 bi e deve US$172 bilhões e na prática, não nos pertence mais) e sem dinheiro para investir, terá que recorrer ao Governo para cacifar seus 40% obrigatórios de investimentos. O BNDES sozinho e já no seu limite de investimentos, vai ajudar pouco. E teremos que ir mais fundo que o buraco da dívida brasileira, que crescerá à medida que perfurarmos.
Se demorar a encontrar o ouro negro, teremos o mesmo destino das empresas X do Ike (é assim que ele gosta de ser chamado). É claro que o governo vai botar a mão no nosso bolso para pagar esta conta, e no bolso da saúde, da educação, da infraestrutura, condenando os precários serviços públicos à simples inexistência.
Se demorar a encontrar o ouro negro, teremos o mesmo destino das empresas X do Ike (é assim que ele gosta de ser chamado). É claro que o governo vai botar a mão no nosso bolso para pagar esta conta, e no bolso da saúde, da educação, da infraestrutura, condenando os precários serviços públicos à simples inexistência.