segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Gargalos e gerações perdidas

          Quando se elaboram políticas públicas visando apenas o horizonte eleitoral, compromete-se o futuro de uma nação.
      Aqui chamam-se gargalos aos estrangulamentos de infraestrutura, às deficiências educacionais e qualificação profissional, aos atrasos em desenvolvimento de tecnologia de ponta e utilitárias, etc.
       Quando se expande a produção agrícola sem contar com um bem estruturado sistema de silos e armazéns para guardar o excedente de produção, não se consegue regular os preços destes produtos na fartura ou escassez.  O resultado é a desvalorização das cotações na fartura e preços exorbitantes na escassez.
       Quando se faz uma política pública em que se privilegia o transporte de cargas e passageiros por rodovias, deixando de lado as ferrovias, hidrovias e o transporte marítimo, num país com uma imensidão de território, costas e rios navegáveis, constata-se o descaso das autoridades com o planejamento estratégico e a logística de transportes.  É a visão de curto prazo que prevalece.   O agradecimento dos empresários das montadoras de veículos traduz-se em verbas para campanhas eleitorais.
       Quando não se dá atenção a um bom sistema de transporte urbano, proliferam os veículos de transporte individual (bom para as montadoras, novamente), causando engarrafamentos (gargalos de trânsito) e perdas de produtividade, criativa e laboral.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Aproxima-se a terceira grande debacle econômica do Brasil.

          Em 1955, prometendo fazer 50 anos em 5, JK construiu Brasília e lançou as bases de nossa industria automobilística.  A conta da aventura foi uma inflação incontrolável que durou 34 anos, auxiliada pelos primeiros incentivos fiscais (renúncias fiscais) para trazer os industriais do automóvel para o Brasil.  E pensar que as grandes montadoras americanas (Ford e GM) já montavam seus caminhões e carros aqui, no sistema CKD, antes de JK resolver estimular o transporte de cargas por rodovias ao invés de estradas de ferro.
          A mistura de emissão descontrolada de dinheiro para fazer Brasília com a renúncia fiscal para estimular a vinda das montadoras de automóveis, nos legou uma inflação que, somada ao caos da baixa produção de alimentos (a instabilidade no campo provocada pelo movimento da reforma agrária, na lei ou na marra, lembram?) com agitações populares e nos quartéis, provocadas pelos mesmos companheiros dos que estão hoje no poder, nos levaram a implantação de um regime militar que, tentando reerguer o país, gerou novas crises financeiras que tornaram grupos como o Lume, Desenvolvimento, Coroa-Brastel (deram abraço de afogados), Delfim, o Banco Andrade Arnauld, etc. em buracos falimentares sem fundo.