quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Aproxima-se a terceira grande debacle econômica do Brasil.

          Em 1955, prometendo fazer 50 anos em 5, JK construiu Brasília e lançou as bases de nossa industria automobilística.  A conta da aventura foi uma inflação incontrolável que durou 34 anos, auxiliada pelos primeiros incentivos fiscais (renúncias fiscais) para trazer os industriais do automóvel para o Brasil.  E pensar que as grandes montadoras americanas (Ford e GM) já montavam seus caminhões e carros aqui, no sistema CKD, antes de JK resolver estimular o transporte de cargas por rodovias ao invés de estradas de ferro.
          A mistura de emissão descontrolada de dinheiro para fazer Brasília com a renúncia fiscal para estimular a vinda das montadoras de automóveis, nos legou uma inflação que, somada ao caos da baixa produção de alimentos (a instabilidade no campo provocada pelo movimento da reforma agrária, na lei ou na marra, lembram?) com agitações populares e nos quartéis, provocadas pelos mesmos companheiros dos que estão hoje no poder, nos levaram a implantação de um regime militar que, tentando reerguer o país, gerou novas crises financeiras que tornaram grupos como o Lume, Desenvolvimento, Coroa-Brastel (deram abraço de afogados), Delfim, o Banco Andrade Arnauld, etc. em buracos falimentares sem fundo.
          Esta primeira grande debacle econômica, deixou o governo brasileiro sem saída e teve que apresentar como solução contra a crise econômica já avançada, o congelamento do passivo destas companhias e a correção de seus ativos, como forma de parar a correção monetária das dívidas, enquanto o patrimônio liquido se corrigia..  Para uma inflação de 40% ao ano, os fornecedores foram à ruina e a União deixou de receber os tributos, emitindo dinheiro para cobrir os rombos.  O resultado disto tudo foi que após alguns anos,  a dívida congelada equivalia a pouco mais que o custo de um cafezinho, podendo o empresário caloteiro ou algum preposto mais esperto, pagar a dívida com os bancos e ficar com todo o ativo, corrigido, atualizado e a salvo dos credores, sendo avaliado a valor de mercado.  Estes ganharam, o governo e o povo perderam.  Vieram mais oito planos econômicos sucessivos com criação de novas moedas e corte de três zeros a cada troca.  
         Depois, já no plano Real, com todo o empresariado e os bancos fortemente endividados em dólar com paridade (câmbio fixo) a custo baixo, veio a conta da reeleição do FHC, que lutou durante todo o seu primeiro mandato para aprovar a reeleição.   
          Após a eleição, o dólar dobrou de valor, reduzindo a moeda nacional à metade do que valia antes..
          Aí tivemos nossa segunda grande debacle, onde tudo iria para a cucuia, ou a vaca para o brejo. Pessoas físicas e empresas que se endividaram em dólar. ao par com o real, seja para consumo, seja para investimentos, ficaram num buraco sem saída, com suas dívidas aumentando em 100% da  noite para o dia.   A solução foi criar o Proer (programa de recuperação de ativos financeiros) para os bancos também expostos severamente ao câmbio e converter as dívidas para reais, pelo câmbio antes da desvalorização.   Vários bancos comprados em dólar, desapareceram.  Novamente o Estado teve que emitir dinheiro e assumir os prejuízos da política eleitoreira do governo.   
          Agora com o PT e a Dilma, caminhamos para um grande nó sem saída, onde o Grupo EBX, do Eike Batista, em estado falimentar, com suas dívidas avalizadas pelo Tesouro Nacional, é só a ponta do Iceberg.           Se ele cair, um colar de empresas e bancos cai junto.  Por outro lado, houve um aumento enorme nos gastos públicos, com atendimento de "verbas" para aliados votarem com o governo, assistencialismo exacerbado com implementação de novos programas de ajuda às pessoas sem ocupação definida, enquanto a receita da União sofreu forte retração com as desonerações.  O que a Dilma e o PT vão fazer?  Dá para esperar a reeleição?  Acho que não vai dar tempo para empurrar este problema para a frente. O enfant terrible da capacidade empresarial, apoiado pelo regime bolivariano brasileiro, quebrou, e com ele vai o Tesouro Nacional, O BNDES, os bancos públicos e privados, o mercado acionário que conseguiu atrair novos investidores e os programas distributivistas do governo, que ajudaram a endividar o povo e aumentar a inflação para patamares extremamente perigosos, às vésperas da eleição nacional majoritária.
         A solução será a de sempre:  Congelamento de dívidas e ativos, emissão de moeda e retenção dos investimentos privados, com correção parcial ou nenhuma  correção da dívida pública e privada, para servir como lastro de mais esta aventura.  Provavelmente, podem voltar a restringir o acesso a poupança das famílias para impedir o descontrole monetário, usando o nosso dinheiro para tapar os rombos, evitando ter que emitir ainda mais Reais.  Alguma coisa pode ficar para depois das eleições, mas algo tem que ser feito agora, antes que o incêndio se alastre (aumento dos juros básicos, diminuição da exposição dos bancos estatais aos empréstimos para consumo, retirada dos créditos subsidiados do BNDES às empresas, mas sem alterar o rumo fatal da Economia).  A verdade é que não se brinca com os fundamentos econômicos impunemente.
          Este governo que inviabilizou a Petrobrás, nossa joia da coroa, vai agora com o leilão de Libra, ser obrigado a investir 40% do custo da perfuração, com dinheiro novo e bom (onde vai encontrá-lo, com nossa nota de rating sob ameaça de ser rebaixada pelas agências internacionais?), sob pena de perder sua derradeira cartada eleitoral.   Ou então deixar os planos na gaveta até que cheguem tempos melhores.  Será um prato saboroso para a oposição a este governo de incompetência e arrogância.
          As diversas arapucas montadas para fidelizar o voto dos miseráveis e desempregados, visando um projeto de permanência eterna no poder, agora se vira contra eles, como previsto.  Bolsas-tudo, seguro desemprego com 30 dias trabalhados, abonos salariais, etc. tornaram-se um veneno para as contas públicas.
          O governo já fala em retirar os incentivos ao consumo, reformular o seguro desemprego, etc., em razão de que, neste mês de setembro, o deficit público em conta corrente foi o maior da história. Não alcançaremos um superávit primário de 1,5% do PIB até dezembro (esperava-se 3,1%), nem com a tal da contabilidade criativa. 
          A própria Lei de Responsabilidade Fiscal já foi rasgada pelo governo, ao permitir que os Estados voltassem a se endividar em moeda estrangeira, com aval do Tesouro Nacional.  Não serve mais como âncora da estabilidade fiscal.
          O governo gastou muito e mal.  Agora chega a conta da irresponsabilidade fiscal e da demagogia socialista bolivariana.  Tem muito a desfazer das trapalhadas que protagonizaram.  O Socialismo é bom para distribuir riquezas, até que acabem, mas péssimo para produzir.  O resultado é a pobreza geral nos países onde se impõe.
          O que teremos pela frente, até as eleições?  Por via das dúvidas, acho melhor começarmos a guardar nosso dinheiro no colchão, antes que o confisquem para pagar todas estas barbeiragens econômicas praticadas pelo governo petista-peemedebista, inclusive o perdão de dívidas de países estrangeiros e doações financeiras internacionais a países dominados por ditaduras atrozes.  Quem está em dificuldades, não faz caridade!
          Esta é mais uma previsão futurológica que torço para que esteja errada, ou então, que Deus nos ajude!

josefernandoesteves.blogspot.com.br
          

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