Tinha uma ideia de matéria sobre a a pretensa cegueira do cidadão com os fatos que acontecem no cenário político e econômico do Brasil. Possuía até um título provisório baseado num ditado antigo: O pior cego é aquele que não quer ver.
Senão, como poderíamos explicar o fato de 66% (Datafolha) dos eleitores, estarem descontentes com a condução da política econômica e da administração geral do país, enquanto os jornais afirmam que nossa presidente da República deve se eleger no primeiro turno, com cerca de 44% dos votos totais?
Mas ao ler a matéria escrita pelo jornalista Guilherme Fiúza, sob o título "mulher de malandro decidirá eleição", publicada na revista Época de 16 de dezembro passado, senti-me despojado do raciocínio necessário para desenvolver a matéria. Lá está consignado a maior parte de minhas idéias e só me resta subscrever tudo o que o jornalista disse. Publicar aqui, sob a influência desta leitura, seria plágio, já que seria impossível escrever um texto sem deixar que aquelas idéias o corrompessem ou se sobrepusessem.
Para não perder de todo o texto, resolvi acrescentar a minha visão sobre a cegueira que acomete o eleitor.
Tal como na novela " amor à vida", onde o Dr. César, dono do Hospital São Magno, é lentamente envenenado pela ex-secretária e atual esposa, tendo ficado já cego e mesmo assim, rejeita todas as acusações e constatações da traição da mulher, recusando-se a ver o que se passa, vemos que na vida real, o eleitor comporta-se de maneira equivalente.
A despeito do desgoverno, da desordem nas contas públicas, do desarranjo irreversível da economia, do aumento descontrolado dos gastos públicos, da contabilidade maquiada para forjar números favoráveis, do perdão de dívidas de países socialistas da África e Caribe, não por acaso dominados por ditadores atrozes e genocidas, admirados pela "presidenta" e seus mentores, para ajudar empreiteiros amigos com obras nestes países, que em troca entregarão grandes somas em dinheiro para a campanha eleitoral de nossa atual "presidenta", ainda assim, parece que o povo acha que a solução para todos estes problemas é reeleger D. Dilma, de novo!
Realmente, o pior cego é aquele que não quer ver, mas também não podemos esquecer aquele que não se importa com o que vê, ou que acredita que aquilo não o afeta.
Que outra explicação teríamos para este assombroso paradoxo que nos acomete? A maioria da população acha que está tudo muito errado no Brasil e esta mesma maioria acredita que reconduzindo a causadora de toda esta confusão, irá resolver os problemas causados por sua administração desastrosa?
A grande quantidade de programas sociais distributivistas, aliados à distribuição de benesses, mensalões e generosas emendas parlamentares ao Orçamento da União, construiu um apoio baseado no saque aos recursos públicos, na lealdade ao dinheiro e à dependência dele, podendo ser esta a explicação de tanto apoio, apesar das críticas. As contas públicas que se danem.
O povo parece não se importar com o aumento da inflação, desde que o estímulo ao consumo, garanta prestações suaves, à perder de vista. A conta no final será salgada, mas este mesmo povo espera que a mesma causadora do descontrole financeiro e administrativo dê um jeito de resolver tudo isto. Afinal, quem fez o errado, pode consertar, certo?
Não está certo mas, parece que o povo pensa de maneira diferente, recusando-se a enxergar o que está à sua frente.
http://josefernandoesteves.blogspot.com.br/
cartas para jofetre@gmail.com.
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Grande Esteves,
ResponderExcluirEste jornalista (Fiúza, que está (?) casado com a Narcisa Tamborindegue ou Tamborinjegue "Ai que Loucura!") escreve n'O Globo e na Época (revista de O Globo) e um dos seus artigos é uma louvação ao "grande democrata" Jarbas Passarinho. Com a erudição simples do meu inesquecível Juarez, com quem também tive a honra de trabalhar, a gente deve sempre fazer a peneira dos "5 W - Who? What? When? Where? Why? e 1 H - How?" e o Fiúza não passou na peneira.
Quando lembro do PROER, do Gustavo Franco, Malan (cuja filha trabalha hoje na TV Globo) e o "esqueçam o que escrevi" e etc, fico com a sensação do Apocalipse atrasado... os fins do tempos - como sequencia dos fins dos tempos tucanos - será agora?
Na verdade mesmo: não vejo solução!.
Grande abraço, obrigado
Widson