Para iniciar nosso raciocínio ou nossas escolhas, faz-se necessário colocar previamente algumas definições universalmente aceitas:
- O Capitalismo privilegia a geração e acumulação de riquezas;
- O Socialismo privilegia a apropriação e distribuição das riquezas;
- O Capitalismo é essencialmente individualista, posto que promotor da competição entre os agentes do mercado, visando o progresso e desenvolvimento;
- O Socialismo é essencialmente solidário, buscando uma distribuição equitativa dos resultados da atividade econômica, entre os membros do espectro social, independentemente de sua colaboração na geração das riquezas partilhadas;
- O Capitalismo funda-se no trabalho, competição e disputa pelo sucesso das iniciativas empreendedoras;
- O Socialismo funda-se na visão solidária do Humanismo, buscando proporcionar a todos, pleno acesso às riquezas produzidas, independente da participação individual na sua produção;
- Enquanto o Capitalismo consegue sobreviver sem O Socialismo, em razão da primeira definição acima, o Socialismo é decorrente das riquezas acumuladas pelo Capitalismo, não distribuídas, e só consegue sobreviver enquanto houver riquezas a serem distribuídas; É o vírus produzindo a infecção que matará o hospedeiro, morrendo junto com ele!
- Enquanto o Capitalismo estimula a geração de riquezas suficientes e ilimitadas para o mercado, proporcionando uma redução de custos e o aumento do lucro (acumulação de riquezas), o Socialismo defende que o indivíduo produza apenas o suficiente para seu sustento, usando o restante do tempo livremente para os afazeres e lazer de sua vida pessoal;
- O Capitalismo, por sua própria definição, convive com a pluralidade de idéias, O Socialismo, também por sua própria definição, se considera o certo (visa o bem da humanidade) e por esta razão, não admite divergências, nem idéias diferentes das suas! Por isto, países socialistas tem o regime do Partido Único, o que pode propor políticas e dizer o que será feito, inclusive da vida do indivíduo.
Com estas primeiras definições podemos afirmar que, enquanto a Sociedade é essencialmente capitalista, usando a liberdade de escolha e a iniciativa privada para obter o desenvolvimento e crescimento de sí própria, o Estado é essencialmente socialista, posto que através da cobrança de tributos, busca distribuir o resultado da atividade econômica da Sociedade, proporcionando educação básica de qualidade para todos, regula a utilização do solo urbano e rural, distribui justiça para todos, constrói e amplia a infraestrutura do país, com estradas, hospitais, vias férreas e marítimas, usinas de energia, etc., para uso coletivo. Se isto não acontece por aqui, é por nossa causa, que permitimos o uso privado do Estado, para servir aos interesses dos poderosos de plantão!
Então, por que o conflito?
Pelo próprio fundamento do Socialismo, que não admite contestações nem idéias alternativas ao rumo que traçou. É o senhor da verdade, até a vaca ir para o brejo! O Socialismo quer, além do Estado, dominar também a Sociedade, capando seus direitos fundamentais, inclusive à propriedade da casa onde mora, tornando-se senhor de tudo e tornando todos dependentes do Estado.
O Socialismo, por não admitir idéias alternativas, controla e submete a mídia a louvar seus feitos, não aceitado críticas; regula a atividade econômica, dizendo quem vai produzir o que e em que quantidade, apropriando-se do resultado da produção, como se proprietário e senhor dela fosse, o que desestimula o trabalho e a produção com qualidade; a escassez de produtos e o racionamento conseqüente, são fantasmas que assolam os regimes socialistas, por causa de sua própria doutrina, que desestimula a produção além das necessidades essenciais, mesmo constantemente desafiada pelos fatos.
O exemplo da Venezuela atual é pungente! O governo tomou as terras dos fazendeiros e distribuiu para os camponeses. Hoje a Venezuela importa tudo, só produz petróleo bruto, que exporta e importa todos os derivados, uma vez que as refinarias nacionais ficaram sem os técnicos estrangeiros, expulsos o país, reduzindo ainda mais os recursos disponíveis para adquirir produtos do exterior. Daí a escassez e a gritaria do povo Venezuelano, cansado desta experiência, destrutiva da nação!
O exemplo da Venezuela atual é pungente! O governo tomou as terras dos fazendeiros e distribuiu para os camponeses. Hoje a Venezuela importa tudo, só produz petróleo bruto, que exporta e importa todos os derivados, uma vez que as refinarias nacionais ficaram sem os técnicos estrangeiros, expulsos o país, reduzindo ainda mais os recursos disponíveis para adquirir produtos do exterior. Daí a escassez e a gritaria do povo Venezuelano, cansado desta experiência, destrutiva da nação!
O pequeno Karl (Marx), foi um menino na Alemanha, filho de pai operário e protestante e mãe dona de casa e judia. Naquele tempo não restavam muitas opções às mulheres, que só foram admitidas no mercado de trabalho, efetivamente, durante a 1ª Guerra Mundial, para suprir as industrias com mão de obra, já que os homens foram para a guerra. Num ambiente onde se estabelecia a primeira leva da Revolução Industrial, na primeira metade do Século XIX, as discussões religiosas constantes e muitas vezes agressivas dentro do ambiente familiar, levaram-no a descrer de religiões, achando que serviam ao intento dos capitalistas opressores, um ópio para o povo. O ópio, naquela época era traficado da Índia para a China e países asiáticos, pelos ingleses, que o trocavam por seda chinesa e produtos de grande valor na Europa.
Suas idéias expressas no Manifesto Comunista, de 21 de fevereiro de 1848, achava absurdo que o operário da industria de calçados (seu pai também trabalhava numa) não ficasse com todo o produto de seu trabalho, deixando a maior parte do preço para o patrão. Assim, na ótica do pequeno Karl, como o sapato custava DM 4,50 (quatro Marcos e cinquenta centavos), não era justo que seu pai recebesse apenas DM 0,64, mais ou menos. Esquecia-se do custo da matéria prima, dos insumos, despesas administrativas, impostos, aluguel, etc, como se não entende-se nada de economia e de produção e custos. Mas, mesmo assim, foi um dos maiores tratados políticos, com influência mundial. Não custa lembrar que os próprios autores consideraram o manifesto "envelhecido" antes do tempo.
O assunto é extenso, da próxima vez continuo. Aceito sugestões e colaborações neste trabalho.
josefernandoesteves.blogspot.com.br
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