segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Gargalos e gerações perdidas

          Quando se elaboram políticas públicas visando apenas o horizonte eleitoral, compromete-se o futuro de uma nação.
      Aqui chamam-se gargalos aos estrangulamentos de infraestrutura, às deficiências educacionais e qualificação profissional, aos atrasos em desenvolvimento de tecnologia de ponta e utilitárias, etc.
       Quando se expande a produção agrícola sem contar com um bem estruturado sistema de silos e armazéns para guardar o excedente de produção, não se consegue regular os preços destes produtos na fartura ou escassez.  O resultado é a desvalorização das cotações na fartura e preços exorbitantes na escassez.
       Quando se faz uma política pública em que se privilegia o transporte de cargas e passageiros por rodovias, deixando de lado as ferrovias, hidrovias e o transporte marítimo, num país com uma imensidão de território, costas e rios navegáveis, constata-se o descaso das autoridades com o planejamento estratégico e a logística de transportes.  É a visão de curto prazo que prevalece.   O agradecimento dos empresários das montadoras de veículos traduz-se em verbas para campanhas eleitorais.
       Quando não se dá atenção a um bom sistema de transporte urbano, proliferam os veículos de transporte individual (bom para as montadoras, novamente), causando engarrafamentos (gargalos de trânsito) e perdas de produtividade, criativa e laboral.
          Na época da colheita da safra de soja, vemos filas intermináveis de caminhões esperando a vez de descarregar a carga no porto.  boa parte da safra ficou na estrada, derrubada pelos solavancos e buracos cavados pelo excesso de peso dos caminhões.  Esse imenso gargalo prejudica as exportações de grãos, levando ao cancelamento de contratos, como aconteceu recentemente com a China, que deixou de importar 5 milhões de toneladas de soja, por este motivo.
          O gargalo da saúde parece ter sido eleitoralmente resolvido com a contratação de pseudomédicos estrangeiros (cubanos na maioria) sem diploma, sem habilitação comprovada, sem equipamentos, sem instalações adequadas, que vieram aqui apenas para "conversar" com os pacientes carentes de atendimento em diversos locais do país.  Enquanto seus serviços serão pagos diretamente ao feitor (gato) e ditador cubano, a R$10 mil por cabeça, nossos médicos que trabalham para o SUS recebem apenas R$1.130,00 (mil,cento e trinta reais) por mês, ou R$2,00 por consulta, quando prestam serviço ao SUS.
          Mas, o maior gargalo é o da educação.  A educação básica, universal e obrigatória, é tratada com tal descaso pelas autoridades públicas, que gerações de estudantes abandonam os estudos antes de concluírem o ensino fundamental.   Milhões de jovens não conseguem seu primeiro emprego formal porque não concluíram o ensino médio.   Para se habilitar a um emprego de balconista no comércio é necessário possuir pelo menos este nível de ensino.  Temos milhões de pessoas trabalhando na base do mercado formal ou informal, em serviços brutos e de baixa qualificação, jovens e velhos, morando em sub-habitações ou nas ruas de grandes cidades, porque não conseguem um trabalho digno para seu sustento e de suas famílias. São gerações perdidas de pessoas que poderiam dar uma grande colaboração para o desenvolvimento humano.  Ao invés, 13,5 milhões de miseráveis (e muitos aproveitadores ligados a políticos)  contentam-se com a esmola do bolsa-família, programa garantidor de eleitores cativos.
          Tudo isto por uma política rasteira e imediatista que só faz planos eleitoreiros, com um horizonte ao alcance da mão, míopes para o futuro.   É o Poder pelo Poder, pelas benesses que proporciona e, uma vez alcançado, só interessa mantê-lo, custe o preço que custar.  Quem vai pagar este preço será o povo, com desnutrição, ignorância, miséria, doenças e a própria vida, que poderia ter sido, mas nunca será.
        O Estado tem a obrigação de manter as crianças e adolescentes na escola até a conclusão da educação básica, mas não o faz porque não lhe interessa.  Se não mudarmos isto logo, mais gerações de jovens se perderão.
         Estamos perdendo o bonde da história.  Embarcamos num comboio, o Socialismo, que já descarrilou a muito tempo, só aqui nossos dirigentes convenientemente não perceberam.  Os vagões foram se soltando e o fracasso foi universal, só pequenas ilhas de ditadores sanguinários ainda mantém o regime, por sobrevivência própria, senão serão justiçados pelos crimes que cometeram, como Khadafi (linchado pelo povo) e Sadam Houssein (na forca).   Ambos foram grandes amigos e parceiros de nosso ex-presidente Lula, seguro que voltará ao governo, nos braços do povo (e do empresariado corrupto e ganancioso)..
        Só nos resta votar com consciência e patriotismo, senão acabaremos por lavar as calçadas com nosso próprio sangue, como quase aconteceu nas manifestações de junho, que a esta altura, já parecem distantes em face da repressão do poder corrupto, que infiltrou vândalos para motivar a repressão e acabar com as manifestações.   Na Síria descambou em sangrenta guerra civíl e, no Egito, o golpe contra a democracia recém conquistada e a repressão militar, não conseguiram calar os manifestantes.
         Devemos aproveitar a chamada Primavera Árabe para aprender a lidar com o crime organizado instalado no poder.  O próprio partido líder do governo, foi declarado como organização criminosa e teve seus principais líderes condenados e presos, vários anos após a descoberta dos delitos (Justiça lenta, outro gargalo).  Mas, parece que paramos por aí, a justiça parece cansada.
          Já cantam vitória porque o povo se retraiu com a repressão desencadeada e a "presidenta"(sic) ainda fala em acelerar ainda mais as "mudanças".  É hipocrisia ou provocação?

          Para finalizar, cito Geraldo Vandré, em sua famosa canção:

          Vem, vamos embora que esperar não é saber,
          Quem sabe, faz a hora, não espera acontecer!


http://josefernandoesteves.blogspot.com.br/
          
          
          
           

Um comentário:

  1. Murilo Araujo Gonçalves29 de novembro de 2013 às 09:10

    Fernando: o assunto é real, diário, roubos e corrupções assolaram o país, criou-se raízes profundas e a total perda do controle.
    Então, posso afirmar, não sei em quem votarei apenas sei em QUEM NÃO VOTAREI:
    PSDB (jamais) / DEM (ladrões) / PT (lula etc.).
    Diante do que me resta afirmo: NÃO SEI EM QUEM VOTAR E SE VOU VOTAR !

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