quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Depois do leilão de Libra, como vai o Pré-sal?

          Parece que o Pré-sal é um bom negócio, mas fadado ao prejuízo, por paradoxal que seja!
          Demorei a digerir um pensamento que parecia a Teoria da Conspiração.    
          Por um lado, vejo o primeiro trecho de Libra, ou Libra toda, desconfio, ser negociado às vésperas do leilão, com um único consórcio participante, que foi formado na hora, na poltrona dos participantes, onde a Petrobrás (com acento, afinal, somos brasileiros e o acento é a nossa diferença) teve que aumentar seu cacife mínimo para 40% da participação, forçando a Shell Oil holandesa a aderir com 20%, sob a pressão de atuar no segmento de varejo de combustíveis, dependente da boa vontade dos governantes, a francesa Total, no bojo de uma tentativa de aproximação comercial entre França e Brasil e duas companhias chinesas, com 10% cada uma, as inexperientes CNNC e CNOC, que vão pagar para aprender a nova tecnologia que vai ser desenvolvida (é, não temos Know How suficiente ainda para chegar tão fundo).
          Por outro lado, vejo o Governo recebendo 41,65% (que precisão!) do lucro óleo, resultado do valor apurado entre os custos de perfuração e o número de barris necessários para pagá-los, dividindo-se na proporção acima a diferença apurada.  Vejo que a Petrobrás, submersa em dívidas em dólares (vale US$90 bi e deve US$172 bilhões e na prática, não nos pertence mais) e sem dinheiro para investir, terá que recorrer ao Governo para cacifar seus 40% obrigatórios de investimentos.  O BNDES sozinho e já no seu limite de investimentos, vai ajudar pouco.  E teremos que ir mais fundo que o buraco da dívida brasileira, que crescerá à medida que perfurarmos.  
          Se demorar a encontrar o ouro negro, teremos o mesmo destino das empresas X do Ike (é assim que ele gosta de ser chamado).   É claro que o governo vai botar a mão no nosso bolso para pagar esta conta, e no bolso da saúde, da educação, da infraestrutura, condenando os precários serviços públicos à simples inexistência.
          O que nos restará?

          Escolha suas opções, dentre as abaixo:

          1- A perfuração vai parar porque faltará dinheiro.
          2- A perfuração vai parar porque faltará desenvolver tecnologia.
          3- A  perfuração vai ser transferida a outro, que se imitirá nos direitos sobre o Petróleo.
          4- A perfuração vai atingir o ponto de extração em cinco anos, como previsto,  e vai ter muito óleo.

          Se você escolheu uma das duas primeiras, ou as duas, você é um brasileiro que conhece o país.
          Se você escolheu a terceira, você é um pessimista realista.
       Se você escolheu a última, você é um otimista ingênuo e crédulo, que acredita que a Petrobrás está nadando em dinheiro e pode bancar esta aventura.

        No Mercado, manda quem tem o dinheiro.  Se alguém quer o seu dinheiro, tem que fazer o que você quer!
     Assim, na vida como nos negócios, se o sócio principal fracassar na obrigação de investir 40% dos custos de perfuração, ou pára a perfuração, ou o sócio vende sua participação a outro consorciado, que tenha as mesmas capacitações técnicas, ou melhores, e possa prosseguir com a perfuração.  Se houver cláusula para admissão de novos sócios, o esquartejamento do pré-sal será ainda maior.

          Leis do pré-sal, condicionantes à participação de estrangeiros, podem ser mudadas a qualquer momento, e como já se viu em episódios anteriores, o governo vive mudando as leis que tolhem seus movimentos erráticos e age como piromaníaco e bombeiro, apagando incêndios que ele mesmo iniciou.
          Outro dado importante é que o Ministro da Fazenda, Sr. Guido Mantega, acumula o cargo com o de presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, onde recebe mais um gordo capilé.   Com ele no cargo, que foi antes ocupado pela atual presidente, Sra. Dilma Roussef, é pouco provável que a empresa consiga tampar os imensos ralos por onde escoou seu capital para investimentos.  Se reajustar os preços dos combustíveis ao valor de mercado, a inflação explode, o que é contra os interesses da dupla, de olho na reeleição.
          Para finalizar a teoria da conspiração, vemos um plano bem urdido para vender o Pré-sal para estrangeiros, parecendo que estão lutando pela sua manutenção em mãos brasileiras.
          Afinal, foram cinco anos do anúncio de sua descoberta, pelo Sr. Lula da Silva e, neste período, sua sucessora na presidência, lá plantada por ele, se dedicou a dilapidar o patrimônio da Petrobrás, seja congelando preços de produto na etapa final, à moda Chavez, seja endividando cada vez mais a empresa, sem dinheiro para investir na própria atividade, levando-nos a deixar de produzir quase 400 mil barris diários, desde o recorde de 2.300.000 barris diários, em 2007. É claro que para manter ou aumentar a produção, é necessário furar mais poços. E, sem dinheiro, não dá!
        Por que teria a presidente dilapidado os recursos e a capacidade de investimento da Petrobrás, se sabia que a empresa teria a investir uma participação mínima de 30% de um negócio medido em bilhões de dólares, em um tempo breve  e durante um período de poucos anos?
            Desde a subscrição de ações da Petrobrás com dinheiro do FGTS dos trabalhadores e com o sócio principal (O Estado brasileiro), que não botou um tostão no negócio (vendeu o óleo de sua participação futura, que será extraído do pré-sal, e ficando com as ações correspondentes), que percebi que a coisa não iria acabar bem.  Sem grana, não dá, como dizia o humorista.
            É, aqueles 41,65% de participação do Estado no lucro-óleo já foram vendidos antes de serem tirados do buraco!
          Agora, no leilão, apresentaram um colar de empresas, tímidas e constrangidas no negócio, tanto que limitaram suas participações ao mínimo, com um sócio majoritário sem dinheiro para investir.  No que isto vai dar?  Venda com prejuízo do Pré-sal ou paralisação da perfuração ou do sonho de ser o maior produtor de petróleo do mundo!
          E a Dilma ainda torce para esta ilusão durar até a eleição!   Depois, o Pré-sal vai salgar o prato!
          Uso o mesmo termo de Pitágoras, filósofo e matemático grego, após explicar as teses de suas teorias matemáticas,  Cod era demonstratum!

Leitor:  Antes de discordar e esbravejar, leia o texto da "Carta ao leitor", aqui do Blog.


http://josefernandoesteves.blogspot.com.br/


          
          

Um comentário:

  1. A propósito, vejam este vídeo no You Tube.

    http://www.youtube.com/embed/8wxEE_g0Swk

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