terça-feira, 28 de maio de 2013

O Comércio exterior, as barreiras tarifárias e o saldo das transações correntes.

          Nossa balança comercial continua em queda livre.  As políticas governamentais para o comércio exterior continuam privilegiando o mercado interno, de olho nas eleições, em detrimento da reativação dos mercados externos, tão importantes para o equilíbrio das contas públicas.  O saldo das transações correntes, tem mais um vilão que vai levar o governo a criar novas barreiras tarifárias e alíquotas maiores de impostos:  Os dólares gastos por turistas brasileiros no exterior.
          Excelente e óbvia análise feita pelo Edmundo Bacha, do IBGE, demonstra que o brasileiro prefere viajar para o exterior e fazer compras lá fora,  cujo resultado é muito mais vantajoso do que viajar dentro do Brasil, onde passagens aéreas, hospedagem, translados, alimentação e compras, são muito mais caros do que no exterior.   Além disto, os produtos lá fora são melhores e mais baratos do que aqui.
          Enquanto isso, o governo parece mais preocupado em preservar empregos na industria, especialmente no ABC paulista, base de metalúrgicos que serviu de base para a fundação do PT, aumentando o IPI em 30 pontos percentuais para veículos importados, reduzindo o IPI para nossas "carroças", facilitando o crédito pessoal para aquisição de veículos novos e incrementando o principal motivo de nossa defasagem tecnológica, a substituição de importações.  Visa apenas reforçar sua base eleitoral, de olho nas eleições.
         A substituição de importações, especialmente de veículos, cria novas fábricas no Brasil, aumenta o número de vagas para metalúrgicos e a arrecadação de tributos correlatos.  Parece ótimo, porque discordar?
         O problema principal é que importações substituídas não se convertem em exportações, uma vez que o mesmo produto já é fabricado lá fora, porque importar da gente?    Além disto, os produtos que passam a ser fabricados aqui já vem com um atraso tecnológico em relação aos produtos que continuam a ser lançados lá fora.  Ninguém exporta as ferramentas para fabricar os últimos lançamentos, manda aquelas que fabricavam produtos que já saíram de linha.

Resultados da balança comercial e saldo de transações correntes (US$ bilhões)
 ano                Comercial      Saldo em conta corrente
2006                    46,5                     13,6
2007                    40,0                       1,6
2008                    24,9                   -28,2
2009                    25,4                   -24,3
2010                    20,1                   -47,3
2011                    29,8                   -52,5
2012                    19,4                   -54,2
2013*                    9,0                   -74,0  (estimativa por projeção de resultados)
Fonte: Banco Central do Brasil -publicado no Jornal Valor Econômico de 28/05/2013.

          Como se vê, ao optar por fortalecer o mercado interno para fazer face às dificuldades econômicas de nossos parceiros internacionais, o governo errou a mão e acabou sufocando um mercado essencial para a obtenção de superávits primários.  Só com as receitas internas não vai dar.
          Para deixar nossa análise sucinta, sem estender o raciocínio além do necessário, o resultado é que ficamos presos à exportação de produtos primários, commodities como produtos agrícolas e minérios, sujeitas à variação da demanda externa, insuficientes para resolver os gargalos do comércio exterior criados pelo próprio governo.   O resultado é uma balança comercial cada vez mais deficitária, o que é péssimo para as contas públicas e a estabilidade monetária.
          Se não expusermos nossa indústria à concorrência controlada com o exterior, vamos ficar para trás novamente, como ficamos com a antiga Lei de Reserva de Mercado na Informática, que pretendia desenvolver nossa própria tecnologia e parque industrial e nos tornou em meros importadores de hardware e software.  Sem concorrência não há estímulo nem criatividade.  Os monopólios e oligopólios submetem o consumidor aos produtos que fabricam, sem sequer se preocupar com sua qualidade ou preços competitivos.  Afinal, competir com quem?
         Seria preferível criar cotas de importação para produtos de ponta, sem barreiras tarifárias, de molde a expor a indústria à concorrência de produtos inovadores e competitivos, sem no entanto sufocá-la com uma avalanche de produtos melhores e mais baratos. Barreiras tarifárias afastam o povão destes produtos, reservando-os às classes mais abastadas, o contrário do que o partido do governo diz buscar.

http://josefernandoesteves.blogspot.com.br/

3 comentários:

  1. Many businessmen and entrepreneurs want a piece of the action
    and are looking for ways to improve their importation techniques.
    Given that the materials utilized in processing these panels like polysilicon is abundant in the country.
    5% anti-dumping tax on Chinese leather shoes, many Chinese shoemakers, which previously made shoes for the EU market,
    had had to stop or even close their business.

    my site: importar produtos

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  2. Traduzindo: Muitos homens de negócios e empreendedores querem um pedaço do mercado e estão procurando caminhos para aumentar suas técnicas de importação.
    Dado que os materiais utilizados no processamento destes painéis como o polisilicone são abundantes no país.
    Com 5% em taxas anti-dumping nos sapatos de couro chineses, muitos fabricantes de sapatos chineses, que anteriormente fabricavam sapatos para a União Européia, vão ter que parar ou mesmo fechar seus negócios.

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