A CANOA VAI VIRAR!

   
           Quanto mais o governo produz tentativas de estimular o consumo interno, controlar preços, retardar reajustes e criar cada vez mais controles tarifários na importação, mais aumentam as "marolas" já não tão pequenas que ameaçam virar nossa canoa.

          Os últimos movimentos, entre eles a redução do IOF para 0% nos ingressos de capitais externos destinados à aplicação na renda fixa, vieram tarde demais.   O governo continua ágil para criar ou aumentar impostos, mas lento e pesado para diminuí-los ou extingui-los.  Nada indica que o capital estrangeiro, já alocado para outros mercados, venha agora, depois da perspectiva de redução da nota de avaliação do país, divulgada pela empresa de avaliação de riscos Standard & Poors (S&P), voltar a fluir para cá, produzindo novamente o ciclo de ingressos necessários para equilibrar o saldo de transações correntes.

          Nossa canoa viaja por mares cada vez mais encapelados.  Fustigada pelas marolinhas nada pequenas do Lula e as ondas produzidas pela Dilma, que levanta mais e mais barreiras para contê-las, vai acabar virando. As barreiras represam as ondas, tornando-as cada vez maiores.

          Por falar nisto, você já pegou seu salva-vidas?

          A sucessão de remendos econômicos e tentativas de impor rumos à Economia não dão certo porque os empresários e a população já não acreditam nelas.  Os empresários preferem aproveitar os estímulos ao mercado interno (juros baixos, substituição de importações, restrições cada vez maiores aos produtos importados, abandono das políticas de exportação que geram superávits comerciais, etc.) para se fixarem nele como opção segura, sem competição externa.  A população por sua vez busca aproveitar as facilidades de crédito para se endividar, comprando até o limite de sua capacidade financeira e até a ultrapassando, o que expande a base monetária e consequentemente a inflação.

         E o governo insiste em pilotar a nave brasileira no rumo da tempestade e para perto dos rochedos!
         Nem percebe que há um enorme iceberg de reivindicações à frente, dos quais o aumento das passagens de ônibus é só a ponta!  Uma hora a situação vai desandar!  (§ acrescentado em 18/06)

         Nada está sendo feito para estimular a competividade, conter o consumo sem base na produtividade do trabalho, melhorar o padrão de vida com base na educação e qualificação profissional, recuperar com seriedade a infraestrutura e logística de comércio exterior e principalmente, conter a expansão da base monetária, estimuladora do consumo.

         A gastança governamental visando a reeleição, a criação de mais Ministérios (39 até agora), a nomeação de mais de 20 mil cargos de confiança entregues aos militantes partidários, as bolsas-tudo para todo tipo de necessitados (mães solteiras, presidiários, viciados em crack, etc.), as emendas parlamentares de aliados, usadas para conseguir a adesão aos projetos gastadores do governo, etc., ajudam o Brasil a seguir célere no rumo dos rochedos.  

          Nosso sempre execrado aliado, Os Estados Unidos, tem apenas 12 Secretários de Estado (equivalentes a Ministros aqui) e estão conseguindo sair da crise, aparecendo indicadores cada vez melhores em sua Economia.   Vai iniciar um ciclo de enxugamento dos dólares usados para dinamizar sua economia, que vai afetar seriamente as Economias mais desarranjadas, como a nossa. Nossos 39 Ministros não conseguem remar a canoa para o cais!  Afinal, ninguém está ali para remar.  São todos passageiros da primeira classe.  A nau segue sem rumo!

  http://josefernandoesteves.blogspot.com.br/