terça-feira, 25 de junho de 2013

A diferença entre o discurso, a ação governamental e a reação popular.

          A grande reação popular aos desmandos, incompetência administrativa e a corrupção desenfreada que além do Estado, já está arraigada também na iniciativa privada que negocia com o Governo, teve uma reposta pífia da presidência da República e o silêncio dos governadores, tendo alguns simplesmente saído de cena à espera de tempos melhores.
          O discurso do Governo Central foi surpreendente pela fingida adesão à voz das ruas, alegando que a população estaria querendo mais mudanças e mais rápido, numa atitude que certamente trará conseqüências mais graves do que as que já se apresentam. É evidente que as mudanças que o povo reclama vão na contra mão do que o governo oferece.  O povo deseja o contrário do que a "presidenta" está fazendo e ela diz que vai acelerar ainda mais estas "mudanças".  Parece que os ouvidos dela não captaram nada, ou se captaram, foi só o que lhe interessou.

         O que temos assistido em centenas de cidades em todo o país, é que a polícia e forças de segurança tem se dedicado com violência à repressão dos manifestantes que portam cartazes pedindo providências contra a corrupção e uma penca de reivindicações de melhorias dos paupérrimos serviços públicos que são prestados em contraponto à maior carga tributária do mundo!  Aqui, já são mais de 5 meses de trabalho de cada brasileiro só para pagar tributos.  Enquanto isto, baderneiros e saqueadores se refastelam na ausência policial, que não os reprime.  Quando a polícia finalmente aparece, esta corja com interesses difusos e suspeitos, já se retirou.
          O pior é que esta conta do vandalismo e depredações será paga por nós, cidadãos ordeiros e trabalhadores.  Novas licitações superfaturadas e fraudadas serão feitas para consertar o que foi destruído e nós vamos pagar com o dinheiro que deveria ser destinado à educação, saúde, moradia, segurança e infraestrutura e será mais uma vez desviado para "reparos do quebra-quebra".   Pelo menos agora, terão uma justificativa para o sumiço do dinheiro!
          Se o Governo Federal não se dispuser a cortar cabeças no próprio corpo, aceitando a cassação e prisão dos deputados e senadores envolvidos no caso do "mensalão", por quebra do decoro parlamentar, que em tese, não precisa aguardar decisão do STF, as coisas tendem a piorar.  São de exemplos e não de conchavos que vive a Democracia!
          Não adianta prometer a destinação dos royalties do Pré-sal para a Educação, que só começarão a entrar no caixa do Tesouro e nos Estados a partir de 2016, se não houver os atrasos já recorrentes, nem uma reforma política, que seria autorizada mediante um caro plebiscito e certamente seria conduzida pelos mesmos políticos que pretende disciplinar.  Não enganam mais ninguém.
          O que precisamos é de uma Assembléia Constituinte, com cidadãos de notório saber jurídico e técnico, cujo mandato se encerraria com a promulgação da Constituição reformada e a proibição de candidaturas políticas de seus membros por duas eleições sucessivas. Esta opção seria dispensável se os políticos aceitassem o fim de seus próprios privilégios.  O Congresso Constituinte que promulgou a Constituição de 1988, foi formado por políticos que prosseguiram com o mandato até 1990 e trataram de garantir para sí uma série de privilégios desmedidos, como o foro privilegiado, a aposentadoria especial (diferente dos demais trabalhadores) e a licença prévia do Congresso para que pudessem ser processados, que claro, nunca saí! 
          Seria ótimo que conseguíssemos resistir até a próxima eleição, quando a população daria sua resposta final no voto!  Salvaríamos nossa ainda tenra Democracia e daríamos uma lição para o Mundo com uma verdadeira, pacífica e democrática Primavera Brasileira!

Um comentário:

  1. Ao tempo que escrevia este artigo, a PEC 37 foi derrubada na Câmara. Realmente, não havia clima para uma discussão ponderada e com isenção de interesses!

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