quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Lições do incêndio na boate em Santa Maria

         O incêndio na boate em Santa Maria não pode cair no esquecimento.
          Se a sociedade não acompanhar com atenção, os 239 mortos até agora, jamais receberão justiça e terão morrido em vão. Outros incêndios acabarão acontecendo enquanto se discute em quem recairá a culpa ou responsabilidade pelas mortes.  Foi um holocausto provocado pela incúria administrativa da Prefeitura de Santa Maria, pela ultrapassada e não atualizada legislação de prevenção de incêndios, pela fiscalização superficial e burocrática do Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul, pela irresponsabilidade do músico da banda Gurizada Fandangueira e pela ganância do proprietário da boate.
          O problema é que quando a responsabilidade é de tantos, acaba não sendo de ninguém, recaindo nas próprias vítimas.
          Pelo que se percebeu após o desastre, existem milhares de armadilhas como esta armadas em todo o território brasileiro.  Estamos a um passo da Copa do Mundo, que se realizará em doze sedes espalhadas pelo país e não podemos mais esperar por soluções definitivas para o problema.  A hora é esta!
          Soluções cosméticas para abrandar os anseios populares, tipo mandar pintar a porta de saída em tinta refletiva, não resolvem.  Queremos segurança para o nosso lazer, nosso trabalho e para nossa vida.
          Cumpre realizar um trabalho sério, pesquisando a legislação de outros países, principalmente aqueles que já sofreram acidentes semelhantes, para aprendermos com as soluções encontradas.
          As rotas de fuga, grandes aberturas que deem passagem a grande número de pessoas, iluminação de emergência e vias úmidas com sprinklers (mini-chuveiros), mascaras contra gases onde for necessário e até o sistema pré-pago de consumo, com cartão do próprio estabelecimento, para evitar a retenção de pessoas, devem ser estudados.  Locais com capacidade para abrigar um grande número de pessoas, não podem ter materiais inflamáveis na decoração ou em componentes estruturais.  Pilares de madeira, nem pensar!  Queima de fogos em recintos fechados é um risco que não se deve correr.  Deve ser proibido. O mobiliário e as cercas de contenção interna não podem obstaculizar as vias de escape.
          Urgem medidas e uma legislação completa e abrangente em todos os aspectos para prevenir que acidentes como este enlutem novamente a nação.
          Todos os entes federativos devem se envolver neste trabalho.  Editar normas, com multas e punições severas por descumprimento é essencial.   A fiscalização deve ser ordinária e presencial.  O Corpo de Bombeiros deve fazer vistoria prévia antes de cada evento, mesmo que seja diário, como numa boate, para evitar a colocação de novos fatores de risco, como decoração com material inflamável, por exemplo.


José Fernando Esteves.




Um comentário:

  1. Amigos, nem escrevendo errado o Estado onde ocorreu o incêndio (coloquei Santa Catarina ao invés de Rio Grande do Sul), ninguém corrigiu o erro e perdeu o brinde da correção!
    Mais atenção da próxima vez!

    ResponderExcluir