segunda-feira, 11 de março de 2013

A Civilização do Lixo ou o Lixo da Civilização.

          Um dos maiores problemas que assola o mundo civilizado começou com a própria civilização.  Os primeiros aglomerados urbanos (cívitas ) trouxeram à tona a primeira questão:  O que fazer com o lixo produzido?
          No início, não havia muito problema pois o lixo era quase todo orgânico e os animais domésticos e a própria natureza se encarregavam de digeri-lo.
          A Revolução Industrial do século XIX trouxe dois novos fatores que tornaram a questão do lixo muito mais complexa: A obsolescência programada e as embalagens.
          A obsolescência programada foi bolada para que o consumidor, após determinado tempo de uso, descartasse o produto antigo e buscasse um novo no mercado, mais moderno, mais bonito, com mais tecnologia, etc.  Assim, lâmpadas que duram apenas mil horas, menos de um ano de vida, é um belo exemplo.  Ao final do tempo de aproveitamento, tudo vai para o lixo, sem valor comercial.
           A primeira lâmpada, inventada por Thomas Alva Edson, está acesa até hoje no museu que leva seu nome.  Na década de 70, um acordo mundial da industria de lâmpadas, resolveu reduzir a durabilidade das lâmpadas para 2.500 horas, fabricando um filamento de tungstênio mais fino, de molde a garantir a crescente produção de lâmpadas para iluminação.  Senão, quando todos os compradores tivessem lâmpadas, a produção pararia e os empregados seriam despedidos. Esse acordo durou até a década de 90, quando a durabilidade foi reduzida para 1.000 horas.  Todas acabam no lixo sem qualquer reaproveitamento.
          A tecnologia e a moda encarregaram-se de tornar obsoletos móveis, utensílios, máquinas e aparelhos que vão sendo substituídos e descartados continuamente, assegurando a produção crescente e interminável das indústrias.
         As Embalagens, necessárias para acondicionar os produtos, eram inicialmente feitas em madeira ou papelão, materiais reaproveitáveis, mas hoje em dia prevalecem as embalagens descartáveis, inclusive de vidro, que não retornam para a indústria, indo direto para o lixão.
          Hoje podemos estimar sem cometer grande erro que cerca de 75% de todo o lixo produzido pela civilização é de embalagens e produtos tornados obsoletos como sofás, geladeiras, computadores, cadeiras, resíduos de obras e industriais, etc.  Só um quarto de todo o volume, ou menos, é material orgânico.
           O material orgânico ainda é o mais fácil de ser reciclado. Com biodigestores, produzimos gás metano e fertilizantes para a agricultura.
          O que fazemos com as embalagens e os materiais obsoletos, os resíduos industriais e restos de obras?
          É preciso leis e regulamentos que tratem do lixo de forma séria e responsável, atribuindo aos agentes produtores e consumidores suas parcelas de responsabilidade no problema.
          Já temos uma legislação que obriga a devolução de pilhas e baterias para a indústria, para que as destruam ou reciclem.  Incluamos aí as lâmpadas, principalmente as fluorescentes, que possuem radioatividade em torno de 2 bequerels, ainda sem riscos para a população, mas um estorvo nos lixões, ferindo catadores e não encontrando qualquer aproveitamento, acabando enterradas sob toneladas de terra.
          Por que não fazermos o mesmo com as embalagens?   Fabriquemos embalagens retornáveis ou recicláveis, que a indústria seja obrigada a recolhê-las em Pontos de Coleta pré-determinados.  Cada  uma recolha a sua e lhe dê destinação, menos o lixão.  A industria de embalagens deve fabricar embalagens reaproveitáveis ou com materiais recicláveis, com valor comercial, para incentivar a coleta e entrega nos Pontos.  As famosas latinhas de alumínio indicam uma solução que deu certo.
          E os materiais tornados obsoletos, os resíduos industriais, químicos e com toxidade perigosa para a natureza e os seres deste planeta?
          Aos obsoletos, o mesmo tratamento das embalagens, retornem para quem os fabricou.
          Ao Estado cabe regulamentar a destinação destes resíduos químicos e industriais, mais perigosos para a vida, seja o acondicionamento em tanques ou contêineres, seja o obrigatório depuramento químico, aproveitando-se na medida do possível, os componentes principais e mais ativos.  Usinas para o tratamento destes materiais são necessárias e já tardam.   A turma do Verde tem muito que trabalhar neste sentido para conseguir a atenção da população e autoridades para este grave problema.
         Os restos de obras podem ser triturados e utilizados como aglomerados para capeamento de vias, por exemplo.
          Está aberto o debate no blog.  você tem alguma sugestão para o destino do lixo, ou como estimular as pessoas a serem mais responsáveis com o lixo que produzem?

Um abraço a todos.



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