Nem bem sentou no trono de Pedro, O Cardeal Bergoglio, agora Papa Francisco I, enfrenta uma enxurrada de acusações de apoio ao regime militar e fascista da Argentina, que atormentou aquele pais nos anos 70.
Tem todas as características de manifestação orquestrada, provavelmente pelo atual governo argentino, que não se dava muito bem com o cardeal, que cobrava insistentemente por respeito aos direitos civis na Argentina. Teve diversos atritos com a presidente argentina Cristina Kirschner e já não se falavam.
Não custa lembrar que, ao longo da História, a Igreja sempre serviu de abrigo e refúgio para os perseguidos por regimes totalitários e personalistas e por esta razão, sofreu também sua cota de perseguições, prisões e torturas.
Pedro, nosso primeiro Papa, negou Jesus por três vezes, para não ser preso. Se tivesse sido macho e assumido ser seguidor do Mestre, o Cristianismo teria acabado ali, junto com ele e Jesus Cristo. Custo alto para benefício zero! Não teria sido heroísmo, mas burrice.
Quando se criou o Estado Laico, separado totalmente da religião e sua influência sobre os governantes, visava-se evitar ingerências da Igreja nas decisões dos monarcas e lideres das nações. Naqueles tempos, os Reis eram ungidos pelo Papa e seu reinado só era reconhecido no Reino do Céu e dos Homens se assim o fizessem. O tempo passou e a Igreja foi relegada a cuidar do plano espiritual, deixando os problemas materiais para os homens.
Em regimes autoritários, os sacerdotes tem que ter cuidado com seus atos, para não sacrificar a missão da Igreja de proteger e dar abrigo aos perseguidos, sejam de que matiz político forem.
Esperar que o bispo Bergoglio enfrentasse de peito aberto o arbítrio, armado apenas com as palavras de Deus e do bom senso, é um absurdo que acarretaria sua própria morte, tendo como consequência que milhares de pessoas não poderiam ser ajudadas e protegidas contra o regime, como o foram.
No caso dos bebês da ditadura argentina, tenho por certo que, se houver uma pequena nesga de verdade no que afirmam sobre o agora Sumo Pontífice, que teria ajudado a arranjar famílias para ficarem com os bebês, se o fez, foi para evitar que estas inocentes almas tivessem um destino ainda pior, nas mãos dos algozes de seus pais.
Outra grave acusação é que teria entregado aos militares dois irmãos jesuítas de sua própria Congregação. Eles haviam se desentendido com o bispo Bergoglio por questões que desconheço e o Regime se aproveitou para prendê-los e interrogá-los, aproveitando-se de suas prováveis defecções de pensamento do bispo.
A notícia que recebo na mídia é que um deles já fez as pazes com o cardeal e chegaram a rezar uma missa juntos.
Adolfo Peres Esquivel, argentino, intelectual respeitado e perseguido político, desmentiu todas as acusações contra o cardeal Bergoglio, nosso Papa Francisco I.
Podem dizer que o regime argentino é democrático, tem eleições e tudo o mais, etc., mas assim como alguns outros regimes latino americanos, a aparência de democracia não significa que seja uma Democracia.
Se a mídia é cerceada ou controlada, certamente não é uma Democracia!
Se a mídia é cerceada ou controlada, certamente não é uma Democracia!
Na maioria deles, são regimes personalistas, onde o líder tem comportamento quase divino e tudo que diz ou faz, é o certo e o melhor para o povo.
A Igreja é a única que realmente se preocupa com os pobres, e por causa disto, às vezes se alia a pessoas que dizem representá-los e quererem o melhor para eles, quando na verdade querem apenas o poder para fazer o pior uso dele. São pessoas que se servem da religião, mas não acreditam nela, principalmente quando ela não serve a seus objetivos.
O maior erro da Igreja é a ingenuidade de seus padres. Se encantam com filosofias aparentemente belas e justas, mas na verdade são obscuras e tenebrosas.
Só nos resta finalmente dizer: Salve o Papa! Que Deus o abençoe e ilumine os caminhos da Igreja, para que esta possa iluminar os caminhos dos homens nesta Terra.
http://josefernandoesteves.blogspot.com.br/
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